Até pouco tempo atrás, era algo que só víamos em filmes de ficção científica, ou no imaginário dos visionários e aficionados por tecnologia. Hoje é uma realidade: A Inteligência Artificial (AI) está entre nós! Mas quais seriam os limites do uso dessa ferramenta? A Igreja Católica e a Inteligência Artificial podem andar lado a lado?
O assunto mais polêmico do momento certamente é o ChatGPT, a ferramenta de inteligência artificial lançada no final de 2022.
Entenda como funciona
O Chat GPT (Generative Pretrained Transformer) é uma tecnologia de processamento de linguagem natural desenvolvida pela OpenAI, e se baseia em um grande banco de dados de textos e um algoritmo de aprendizagem profunda (deep learning).
É capaz de contextualizar e elaborar textos, letras de música, poesias, códigos de programação, receitas, e em uma nova fase que está em testes, permitirá ainda criar vídeos a partir de frases curtas. Incrível, não?
Mas será que seu uso é seguro?
Se por um lado esses novos sistemas de geração de vídeo e imagens podem acelerar o trabalho de alguns profissionais do meio digital, não podemos ignorar o fato de também serem uma via rápida de criação de conteúdos falsos, tornando difícil a tarefa de identificar o que é real ou não, no vasto universo on-line.
A própria plataforma faz um alerta sobre a necessidade de ter cautela no uso da ferramenta. Vale a pena lembrar que ela foi alimentada com informações de até 2021, e pode estar desatualizada sobre alguns assuntos. Além disso, ela pode gerar conteúdos nocivos.
Vamos relembrar o caso das imagens virais do Papa Francisco produzidas com IA em situações inimagináveis: andando de skate e usando uma ampla jaqueta branca estilosa. Alguns viram como uma sátira despretensiosa, outros teceram comentários maldosos julgando serem verídicas tais imagens.
Todo o trabalho criado pela inteligência artificial precisa ser revisado e avaliado por um profissional, por isso, é preciso usá-la com responsabilidade.
Criatividade X ChatGPT
A Inteligência Artificial pode ser uma ótima ferramenta para a evangelização, e aos poucos esse universo se tornará cada dia mais familiar e inevitável, porém, nós criadores, somos responsáveis pelas implicações éticas e morais que decorrem desse uso.
Somos inspirados pelo Criador a criar uma imagem, escrever um texto, compor uma música, fotografar uma bela paisagem, captar um sorriso. Essa é a beleza do trabalho de um profissional. Eis o diferencial de uma ação realizada por uma ferramenta digital.
O ChatGPT nunca terá essa inspiração, é uma ferramenta que deve ser usada para o bem, com cautela e supervisão humana, apesar de, alguns especialistas apontarem que muitas das tarefas humanas futuramente serão substituídas totalmente por inteligência artificial.
No marketing e em outras áreas, por exemplo, existe um contexto que dificilmente será substituído pela tecnologia: o relacionamento humano e a conexão entre as marcas e as pessoas, neste sentido, relembremos as sábias palavras do Papa Bento XVI: “É importante nunca esquecer que o contato virtual não pode nem deve substituir o contato humano direto com as pessoas, em todos os níveis da nossa vida”.
Nossa missão é empregar essa tecnologia de maneira inovadora para promover a fé, sempre nos certificando de que ela esteja a serviço do bem comum em um mundo com tantas possibilidades.
Por Fernanda Morena
AD3 Comunicação